DEPOIMENTOS LEITURA E ESCRITA:
“Tenho boas lembranças do início da minha alfabetização, pois está intimamente relacionada à imagem de meus pais. Apesar de meu pai chegar cansado do trabalho, estava sempre ansioso para começarmos a lição de casa. Lembro-me perfeitamente da sua voz "Upa, cavalinho! “Para onde você vai?" “7 x 7"; enquanto isso, minha mãe preparava o jantar atenta a tudo. Quando ingressei na escola já estava alfabetizada.
Aprendi a interagir com as ilustrações, aliás, conversava com algumas delas, em especial àquelas que mais chamavam a minha atenção. Os gibis do Walt Disney, do Recruta Zero, então, nem se fala! Era o meu preferido!
A cada início de mês, meu pai trazia sempre novos livros, gibis, revistas e cruzadinhas. Devorava-os!
Minha história como leitora iniciou com muita simplicidade. Dela guardo boas lembranças de meus grandes incentivadores: meus pais.”
Faz um ano e meio que ele partiu. (autora: Catarina)
“Minha história como leitora começou antes mesmo que eu aprendesse a escrever. Tudo começou porque meu pai trabalhava em uma gráfica que imprimia muitos livros infantis. Meu pai nunca pode ir além da segunda série primária, mas foi bem alfabetizado e sempre gostou de ler para nós (somos cinco irmãos). Ele trazia para casa todos os livros que a empresa desprezava porque apresentavam pequenos defeitos de impressão. Quando chegava em casa com livros novos, o que sempre acontecia, era uma festa. Lembro-me até mesmo do cheiro da tinta no papel, que saudade! Eu tinha mais ou menos cinco anos naquela época e já era apaixonada pelos livros, colecionando-os mesmo sem saber ler. Ou melhor, lia sim, as figuras, as ilustrações... Um mundo verdadeiramente mágico se abria para mim cada vez que eu mergulhava nas ilustrações de um livro. Mas eu queria mesmo era decifrar o que continham as letras. Assim, quando fui à escola, estava ávida por aprender. E tive muita sorte: minhas professoras das séries iniciais também gostavam de ler e sempre levavam livros para que nós, alunos, pudéssemos escolher nossa leitura. Foi nesta época que li as histórias de Pedro Malasartes, as quais eu adoro e ainda leio até hoje. Li muito quando era pequena. Foram histórias como “O caso da borboleta Atíria”, de Lúcia Machado de Almeida; “A ilha perdida”, de Maria José Dupré; “Rosinha, minha canoa”, de José Mauro de Vasconcelos... Todos clássicos da minha vida. Não há um único dia em minha vida em que eu não leia. Preciso da leitura como alimento para a mente e sinto falta dela, quando não é possível ler, como quando tive conjuntivite. Hoje em dia leio de tudo e no momento estou adorando ler livros infantis para meus dois sobrinhos. Outro dia lemos “Chapeuzinho Amarelo”, de Chico Buarque e acho que eles nunca mais se esquecerão do diabo que virou “Bodiá” e que eles chamam de Rabo-Quente. Agora estamos lendo uma coletânea de contos de fadas e eles estão fascinados pelas histórias. Minha grande última descoberta em matéria de literatura foi a escritora inglesa Jane Austen. Estou simplesmente apaixonada pelos seus livros. Já li “Orgulho e Preconceito”, “Razão e Sensibilidade”, “Persuasão” e agora estou lendo “Abadia de Nortanger”. São histórias que, embora tenham sido escritas há dois séculos, são bastante atuais. Estou adorando. Ler para mim é isso: viver várias vidas, em vários tempos, a toda hora, em todos momentos...” (autora: Janete Federico)
"Relembrando minha infância...” onde cresci ouvindo histórias que até hoje não as encontrei em livro algum, mas é só fechar os olhos e lembro-me perfeitamente, sinto o cheiro do café da manhã e, acolhida nos braços do meu avô dizia para minha mãe trazer a mamadeira (leite morno com açúcar), que saudades... Meu avô se foi, eu tinha apenas 6 anos, mas meu pai continuou as histórias que não tem nos livros... Pensava... Quando eu aprender a ler!
Então iniciei minha jornada acadêmica, já de início aprendi a ler, que maravilha tudo que via pela frente lia e além do mais em voz alta para todos me ouvirem. Minha mãe sempre chamando minha atenção. "- Leia com os olhos...” Mas eu queria mostrar a todos que sabia ler . Na escrita pouco usei o caderno de caligrafia. Penso ter realizado o sonho de minha mãe que desejava ser professora, mas devido às circunstâncias da época não conseguiu. Através da minha vivência e dedicação a Educação faz com que meus pais se orgulhem e me dêem forças para continuar... (autora: Márcia Regina Xavier Gardenal)